ATIVIDADES – 8º ANOS
EM VISTA ALEGRE
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Professora responsável: Lígia
Rodrigues Robson e Mauricio
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Componente Curricular: Língua
Portuguesa
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8°ano
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Segunda-feira
Leia o texto a seguir e, se você conseguir,
já comece a relacioná-lo com o tempo em que estamos vivendo.
É assim que acontece
a bondade
Rubem
Alves
“Se
te perguntarem quem era essa que às areias e aos gelos quis ensinar a
primavera…”: é assim que Cecília Meireles inicia um de seus poemas. Ensinar
primavera às areias e aos gelos é coisa difícil. Gelos e areias nada sabem
sobre primaveras... Pois eu desejaria saber ensinar a solidariedade a quem nada
sabe sobre ela. O mundo seria melhor. Mas como ensiná-la?
A
beleza é um desses pássaros. A beleza está além das palavras. Walt Whitman
tinha a consciência disso quando disse: “Sermões e lógicas jamais convencem. O
peso da noite cala bem mais fundo a alma…”. Ele conhecia os limites das suas
próprias palavras. E Fernando Pessoa sabia que aquilo que o poeta quer
comunicar não se encontra nas palavras que ele diz; antes, aparece nos espaços
vazios que se abrem entre elas, as palavras. Nesse espaço vazio se ouve uma
música. Mas essa música – de onde vem se ela se não foi o poeta que a tocou?
Não
é possível fazer uma prova sobre a beleza porque ela não é um conhecimento.
Tampouco é possível comandar a emoção diante da beleza. Somente atos podem ser
comandados. “Ordinário! Marche!”, o sargento ordena. Os recrutas obedecem.
Marcham. À ordem segue-se o ato. Mas sentimos que não podem ser comandados. Não
posso ordenar que alguém sinta a beleza que estou sentindo.
O
que pode ser ensinado são as coisas que moram no mundo de fora: astronomia,
física, química, gramática, anatomia, números, letras, palavras. Mas há coisas
que não estão do lado de fora. Coisas que moram dentro do corpo. Estão
enterradas na carne, como se fossem sementes à espera…
[...]
Veja
o ipê florido! Nasceu de uma semente. Depois de crescer não será necessária
nenhuma técnica, nenhum estímulo, nenhum truque para que ele floresça. Angelus
Silesius, místico antigo, tem um verso que diz: “A rosa não tem porquês. Ela
floresce porque floresce”. O ipê floresce porque floresce. Seu florescer é um
simples transbordar natural da sua verdade.
A
solidariedade é como um ipê: nasce e floresce. Mas não em decorrência de
mandamentos éticos ou religiosos. Não se pode ordenar: “Seja solidário!”. A
solidariedade acontece como um simples transbordamento: as fontes transbordam…
Da mesma forma como o poema é um transbordamento da alma do poeta e a canção,
um transbordamento da alma do compositor…
Já
disse que solidariedade é um sentimento. É esse o sentimento que nos torna mais
humanos. É um sentimento estranho, que perturba nossos próprios sentimentos. A
solidariedade me faz sentir sentimentos que não são meus, que são de um outro.
Acontece assim: eu vejo uma criança vendendo balas num semáforo. Ela me pede
que eu compre um pacotinho de suas balas. Eu e a criança – dois corpos
separados e distintos. Mas, ao olhar para ela, estremeço: algo em mim me faz
imaginar aquilo que ela está sentindo. E então, por uma magia inexplicável esse
sentimento imaginado se aloja junto aos meus próprios sentimentos. Na verdade,
desaloja meus sentimentos, pois eu vinha, no meu carro, com sentimentos leves e
alegres, e agora esse novo sentimento se coloca no lugar deles. O que sinto não
são meus sentimentos. Foram-se a leveza e a alegria que me faziam cantar.
Agora, são os sentimentos daquele menino que estão dentro de mim. Meu corpo
sofre uma transformação: ele não é mais limitado pela pele que o cobre.
Expande-se. Ele está agora ligado a um outro corpo que passa a ser parte dele
mesmo. Isso não acontece nem por decisão racional, nem por convicção religiosa,
nem por mandamento ético. É o jeito natural de ser do meu próprio corpo, movido
pela solidariedade. [...] A solidariedade é uma forma visível do amor. Pela
magia do sentimento de solidariedade, meu corpo passa a ser morada de outro. É
assim que acontece a bondade.
Mas
fica pendente a pergunta inicial: como ensinar primavera a gelos e areias? Para
isso as palavras do conhecimento são inúteis. Seria necessário fazer nascer
ipês no meio dos gelos e das areias! E eu só conheço uma palavra que tem esse
poder: a palavra dos poetas. Ensinar solidariedade? Que se façam ouvir as
palavras dos poetas nas igrejas, nas escolas, nas empresas, nas casas, na
televisão, nos bares, nas reuniões políticas, e, principalmente, na solidão…
“O
menino me olhou com olhos suplicantes.
E,
de repente, eu era um menino que olhava com olhos suplicantes…”.
(ALVES,
Rubem. In: “As melhores crônicas de Rubem Alves”. Disponível em <https://www.portalraizes.com/e-assim-que-acontece-a-bondade-um-emocionante-texto-de-rubem-alves/>.
Acesso em 24 abr 2020.)
Instruções:
¨ Responda as questões seguintes em seu caderno para
podermos corrigir depois.
¨ Atente-se para responder sempre com as suas palavras e
não copiando trechos do texto. Copie somente se isso for pedido na questão.
¨ Foram colocados alguns links entre parênteses para te
ajudar a relembrar alguma definição ou também para te ajudar com alguma
sugestão de pesquisa pertinente à questão.
1. Pesquise em um dicionário online a palavra
“solidariedade” e transcreva o significado encontrado em seu caderno. (Sugestão: https://michaelis.uol.com.br/,
mas pode ser outro.)
2. Analise alguma semelhança entre as
definições de “solidariedade” no dicionário e no texto, explicando que trecho
do texto justifica essa semelhança.
3. Escreva um verbete (https://image.slidesharecdn.com/verbeteteoria-170521220252/95/verbete-teoria-2-638.jpg?cb=1495404203)
como esse que você acabou de consultar no
dicionário online, mas com as definições dadas no próprio texto sobre
“solidariedade”.
4. Por que o autor diz que “A solidariedade [...] está além das palavras” e por isso não é possível ensiná-la?
5. Indique três situações concretas, do nosso
dia a dia, que poderiam ser classificadas como atos solidários.
6. Houve algum momento na sua vida que você se
sentiu da mesma forma que o autor descreveu: “A
solidariedade me faz sentir sentimentos que não são meus, que são de um outro.”?
Explique que momento foi esse.
7. Nesse momento em que estamos vivendo algo
inédito que é o isolamento social por causa da pandemia, de que forma a
solidariedade pode ajudar as pessoas em geral?
8. Retire do texto alguma expressão que se
caracteriza como Figura de Linguagem. (https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/figura-de-linguagem.htm).
Quarta-feira
No texto foram citados alguns artistas: Mozart
e Monet.
Pesquise na internet uma biografia completa
sobre cada um deles e copie-a em um documento “Word”. Insira figuras e fotos e,
selecionando todo o texto, coloque-o com a letra tipo Arial tamanho 12. Deixe
salvo esse documento para ser enviado ao professor por email quando voltarem as
aulas presenciais e ser contabilizado como atividade avaliativa.
Sexta-feira
Escolha um
dos artistas dos quais você fez a biografia e estude-a com afinco. Separe as
informações mais importantes e faça um vídeo curto, com o seu celular mesmo,
falando, sem ler, sobre esse artista, para que as pessoas que não o conheçam
entendam quem ele foi e a importância dele a nível cultural. Mas não é só para
falar esses dois itens (quem ele foi e a
importância), hein?! É para explanar
sobre a biografia dele em geral e os fatos importantes (e interessantes) sobre
ele. Se quiser se caracterizar para imitá-lo no vídeo, ou se alguém da sua
família puder te ajudar nessa parte artística de caracterização seria muito
legal!!! Mas isso não é obrigatório.
Salve o vídeo no seu computador ou celular (ou se puder salve no Google Drive) e deixe guardado seguramente
para apresentar ao professor quando as aulas presenciais voltarem e ser
contabilizado como atividade avaliativa.
Dica: Toda e qualquer
palavra ou expressão que você não entender ou não souber, tente colocar no “Google”
para aprender. Essa é uma forma de estudo preciosa para que você se torne, cada
vez mais, autônomo e consiga ampliar o seu conhecimento através do hábito da
pesquisa. ;)
Bons estudos!
Bom dia !
ResponderExcluirSeria interessante colocar as atividades dos alunos em PDF, como a Escola Lázaro está colocando no blog deles. Na hora de imprimir a resolução ficaria melhor.